Inovação: a arte de redefinir o futuro
(Marisa Fernanda Cabral)
O publicitário Eduardo Almeida, ao
proferir sua palestra “Inovação: a arte de redefinir o futuro”, no 4º Congresso
Internacional de Educação de Gramado, iniciou sua fala com os seguintes
questionamentos: A atual educação responde a demandas do mercado e da
sociedade? Qual é o novo cenário que enfrentamos?
Para responder a estas perguntas, o
palestrante traçou uma comparação entre o cenário antigo apresentado pela
sociedade e o novo cenário.
O cenário antigo era regido pela
Revolução Industrial, quando o homem passou a compreender o conceito de
produção em série, e pelo surgimento da linha de produção e o modelo fordista,
de Taylor. A partir destes conceitos, o homem passou a fazer parte desta linha
de produção, como se fosse uma engrenagem.
Nesse cenário, a indústria
caracteriza-se como pragmática e voltada à produção, regida pelo tempo, desumana
(vê a pessoa como um par de mãos), visa a produção em série, nega o belo,
separa o ser da sociedade e da família. A educação industrial, por sua vez,
herdou a identidade e a cultura da indústria, é pragmática e voltada ao
conteúdo, é regida pelo tempo, visa a produção em série, nega o ócio e
apresenta um saber fragmentado.
A partir desta primeira explanação,
novos questionamentos nos foram lançados: O que podemos fazer, então, quando as
partes dessa engrenagem são diferentes? (Diferenças de sexo, raça, orientação
sexual, religião, deficiência...). A qual figura da indústria podemos comparar
o professor?
Segundo Eduardo Almeida, o maior
problema desta cultura é a falta de visão sistêmica (foco no como fazer), é
completamente alienante (dinâmica do corpo) e sugue a mentalidade de servo
(qual é o teu valor?).
Por outro lado, o novo cenário da
sociedade pós-industrial é rápida, dinâmica, está em permanente crise e demanda
visão sistêmica (do todo). Neste novo cenário, não há mais espaço para o
especialista; precisamos de estrategistas.
Para atender a esta demanda, é
preciso desenvolver uma pedagogia da autonomia, onde o aluno saiba questionar
(ênfase no porquê), e onde possam ser construídas as seguintes competências:
conhecimentos, habilidades (técnicas/prática), atitudes (comportamentais),
valores, entorno (contexto).
Eduardo Almeida deu uma ênfase muito
grande sobre a importância de se trabalhar com os alunos as questões referentes
a atitudes e valores. Segundo ele, as pessoas são admitidas em função de sua
capacidade/competência, e que 80% das demissões ocorrem por problemas de
atitude/comportamento.
Para encerrar, o palestrante lançou
uma última pergunta: É possível se construir um novo modelo de educação?
De acordo com o palestrante, isso
será possível se ouvirmos e acreditarmos nos alunos e se o professor estiver
aberto para as mudanças e entregue a estes propósitos. Também salientou a
importância de se trabalhar as seguintes potências: amor, foco, fé e liderança.
Para finalizar, o palestrante
apresentou dois pensamentos que deixo aqui transcritos:
“O novo educador não dá o peixe e
nem ensina a pescar. Ele ensina a amar a pescaria.”
“Mude seu discurso e agregue mais
valor na sua vida e na vida de seus alunos.”
E você, o que pensa sobre as
questões apresentadas por Eduardo Almeida?